Durante a semana passada, o mercado cambial revelou-se calmo, oscilando em intervalos apertados na ausência de notícias importantes sobre a inflação.
David Brito, Diretor-Geral da Ebury, explica à Executive Digest que “os únicos movimentos significativos entre as principais moedas foram as quedas moderadas do real brasileiro, afetado por um Banco do Brasil dovish, e do iene japonês, arrastado por dúvidas crescentes sobre a vontade do banco central em defender a moeda, num contexto de enorme diferença de taxas de juro em relação ao resto do mundo”.
Ainda o que respeita a divisas, o vencedor da semana foi o peso mexicano, que subiu 1% e é agora a única moeda a ter resistido à recuperação do dólar até agora em 2024.
Já para esta semana, o relatório de inflação do IPC de abril dos EUA a ser divulgado esta terça-feira será o dado macroeconómico mais importante pois, “a fim de manter a narrativa do corte de taxas de juro, é importante começar a ver números consistentes com a meta de inflação do Fed, ou seja, uma subida dos preços limitada a 0.2% ao mês”.
Também na terça-feira serão divulgados os números do crescimento do PIB do primeiro trimestre da Zona Euro, e decorrerão um número de intervenções invulgares tanto de membros da Fed como do BCE “poderá trazer alguma volatilidade a uma semana que adivinha calma”.
A Ebury explica que os índices PMI da atividade económica têm vindo a apontar para uma recuperação significativa da atividade económica na Europa, liderada por uma procura interna resistente e pelo setor dos serviços, e o relatório sobre o PIB do primeiro trimestre, a publicar na próxima semana, deverá confirmar esta tendência. “Talvez venhamos a assistir a uma surpresa positiva, tal como aconteceu na semana passada no Reino Unido”, sublinham.
“No entanto, nada disto é suscetível de fazer cancelar o primeiro corte de taxas de juro do BCE, que é quase certo que venha a ocorrer em junho. Além disso, o ritmo dos cortes permanece incerto, à medida que a economia recupera e a inflação persiste, com a inflação de base ainda significativamente acima do objetivo do BCE”, acrescentam.














